Listamos aqui questões muitas vezes desentendidas sobre o drywall, no intuito de desmitificar ideias que ainda impedem os profissionais de explorar a diversidade e as vantagens desse material na arquitetura e no design de interiores.
1 – Drywall é resistente?
É comum a ideia de que o drywall não é um material resistente. Porém, apesar da pequena espessura das placas, os fabricantes asseguram que o material é capaz de resistir a tremores, choques e vibrações sem sofrer danos. Além disso, o drywall comporta a instalação de portas, absorvendo os impactos do dia a dia como movimentos e batidas.
Para garantir a alta resistência do drywall, recomenda-se que a instalação seja feita por profissionais especializados, tomando-se sempre cuidado para que o dimensionamento esteja adequado ao pé-direito da edificação. A espessura das placas estará condicionada a essa questão e também às cargas a que o sistema estará submetido (instalação de bancadas de pedra, móveis, etc.).
Em condições normais, a durabilidade do drywall é indeterminada. Cabe lembrar que para que esteja disponível no mercado, o sistema drywall foi aprovado em testes de impacto e desempenho, cumprindo as exigências da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
2 – Drywall e a umidade
Outra questão muito recorrente na discussão sobre o uso do drywall é quanto à sua resistência à umidade. Neste caso, tudo vai depender do ambiente em que o sistema será instalado e a condição de umidade do local.
O drywall foi desenvolvido apenas para uso em áreas internas, pois não suporta intempéries nem grandes cargas como telhados ou lajes. Porém, pode ser utilizado em áreas internas úmidas como cozinhas e banheiros.
Existem chapas de drywall desenvolvidas especificamente para esse fim, que contém em sua fórmula hidrofugantes (repelentes à água) que protegem a superfície contra respingos, derramamentos e vapor condensado. Essas placas também são conhecidas como “placas verdes”.
Em áreas constantemente molhadas, como box de banheiros, é necessária a impermeabilização da parede, que pode ser feita com mantas asfálticas.
3 – Isolamento térmico e acústico
Ao contrário do que se pensa, as divisórias em drywall podem oferecer isolamento termoacústico. O produto por si só já possui bom isolamento acústico e desempenho térmico, porém pode-se aumentar o rendimento incluindo entre as chapas de drywall materiais fibrosos, como lã de rocha ou lã de vidro, atribuindo características de absorção, atenuação e isolamento de sons e estabilizando a temperatura.
Visando atender essas necessidades, os fabricantes de drywall desenvolveram linhas especiais de produtos específicos para cada tipo de situação. Para verificação dos índices termoacústicos dos diferentes tipos de chapas de drywall, as empresas disponibilizam tabelas com o desempenho de cada produto.
4 – Usos variados
O drywall pode ter muitas outras aplicações além de paredes e forros, porém sua versatilidade é pouco explorada pelos profissionais da área. O sistema pode ser utilizado tanto em projetos residenciais como em estabelecimentos comerciais ou industriais, em obras novas, reformas e retrofit.
Apesar do uso mais comum estar relacionado a paredes de vedação interna e forros, o drywall também é uma solução muito adequada para situações em que é preciso esconder tubulações, engrossar paredes, cobrir aberturas ou reparar algum erro de execução na obra. De fácil manejo e montagem, o material também pode ser utilizado na montagem de móveis fixos, painéis artísticos, cortineiros e sancas.
5 – Instalação de objetos e móveis pendurados no drywall
Um impedimento que muitos profissionais alegam em relação uso do drywall é a suposta impossibilidade de se pendurar objetos nas paredes, assim como móveis e outros.
Esse é um dos grandes mitos sobre o drywall. Em condições de execução adequada, o sistema pode receber inclusive bancadas embutidas, desde que não ultrapassem a média dos 60kg/m2. Acima desse peso, deve ser executado um reforço na estrutura metálica com resistência adequada à carga que será recebida (que pode ser uma placa de madeira ou chapa metálica fixada entre dois perfis verticais de aço – os mesmos onde é parafusado o gesso).
Equipamentos como TV e ar condicionado tipo split também podem ser instalados nas paredes em drywall, assim como armários e móveis suspensos, quadros e outros objetos.
Geralmente os fabricantes de drywall indicam o uso de bucha de fixação específica para objetos de até 10kg. Para elementos de peso entre 10kg e 40kg devem utilizadas buchas fixadas nos montantes.
6 – Uso de revestimentos em parede drywall
Também contrariando o senso comum, paredes em drywall podem receber acabamentos e revestimentos como pintura, texturas, cerâmicas, pastilhas, laminados, madeira e outros. Nesse caso, o assentamento deve ser executado com massa específica para garantir a aderência do produto. Materiais muito pesados necessitam de cantoneiras para distribuir uniformemente as cargas nos montantes metálicos.
7 – Dificuldades de instalações elétricas/hidráulicas
Outra questão erroneamente difundida sobre o drywall é que ele não permite a passagem de tubulação para instalações hidráulicas, elétricas e de telecomunicação. Ao contrário do que se pensa, o drywall permite a introdução de eletrodutos e canos pelo interior de sua estrutura, através do sistema de fixação a pólvora em tetos ou aparafusadas em perfis de aço galvanizado.
Essa inclusive é uma grande vantagem do uso do drywall, já que na ocorrência de algum problema nessas instalações é muito fácil acessá-las para fazer os devidos reparos, sem a necessidade de quebrar toda a parede.
8 – Custos
“Drywall é mais caro que alvenaria”. Muito se ouve que construir com drywall tem um custo maior que construir com alvenaria de tijolos. Para uma correta avaliação, outros pontos devem ser analisados além do custo do material, entre eles o tempo de execução, o volume de mão-de- obra e o desperdício de materiais. Nesse caso, o drywall apresenta vantagens em todos os pontos.
Por ser um material de instalação rápida e fácil, diminui-se consideravelmente o tempo de execução do drywall em relação à alvenaria, além da alta qualidade do acabamento.
Como o drywall pode ser facilmente quantificado a partir do projeto, tem-se um uso mais racional do material, evitando o desperdício e gastos extras. A execução é muito limpa e gera custos significativamente menores de remoção de entulho. Enquanto a alvenaria produz cerca de 20% de resíduos de obra, o drywall produz apenas 5% e seus resíduos são 100% recicláveis.
Fonte: https://www.vivadecora.com.br/