Alternativa à alvenaria, sistema industrializado composto por placas de gesso garante desempenho acústico e velocidade de execução. Mas como fica a durabilidade?

 

O drywall é um sistema construtivo composto por chapas de gesso revestidas com lâminas de cartão, fixadas em uma estrutura de aço galvanizado. Utilizada para executar paredes e forros, essa tecnologia vem sendo cada vez mais aproveitada em edificações residenciais e comerciais por proporcionar vantagens como agilidade de execução, ganho de área útil, precisão geométrica e acabamento liso, reduzindo custos com a preparação para a pintura. Há, ainda, a possibilidade de modular o desempenho da parede segundo as exigências acústicas e mecânicas do projeto.

Mas uma questão que ainda desperta dúvidas diz respeito à durabilidade. Será que uma parede construída com drywall dura tanto quanto uma equivalente erguida com blocos de concreto ou cerâmicos?

A VIDA ÚTIL DAS PAREDES DE DRYWALL

De acordo com a Associação Brasileira do Drywall, paredes, forros e revestimentos em drywall podem durar por tempo indeterminado, desde que projetados e executados segundo as normas técnicas brasileiras, com componentes aprovados pelo Programa Setorial da Qualidade do Drywall, subordinado ao Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Hábitat (PBQP-H) do Ministério das Cidades.

O drywall conta com garantia mínima de cinco anos oferecida pelos fornecedores. Mas essa durabilidade pode ir muito além, se estendendo por décadas, desde que o material seja acompanhado de um bom projeto, de instalação correta e de boas práticas de conservação.

Wagner Castro, membro do departamento técnico da Trevo Drywall, lembra que a ABNT NBR 15.575 Edificações Habitacionais: Desempenho exige que os sistemas de vedação vertical interna e externa apresentem vida útil de projeto (VUP) igual ou superior a 40 anos. Tal durabilidade, contudo, está vinculada à realização de manutenções preventivas (sistemáticas) e corretivas (quando necessárias) previstas no manual de operação, uso e manutenção elaborado pelo construtor.

TIPOS DE PAREDES DE DRYWALL

O método de montagem e a qualidade dos materiais utilizados definem o nível de desempenho da parede de drywall, que pode variar conforme a quantidade e tipo de chapa, a dimensão e o posicionamento da estrutura e a incorporação de elementos isolantes térmicos ou acústicos no interior.

Segundo a ABNT NBR 14.715:2021: Chapas de gesso para drywall, para vedação interna, as placas podem ser do tipo standard (ST), resistente à umidade (RU) e resistente ao fogo (RF). Mais recentemente a indústria passou a disponibilizar, também, placas de drywall com propriedades especiais, reforçadas com véu de vidro e aditivos. Esses produtos são indicados para aplicações mais exigentes ou quando se busca resistência superior à umidade e às intempéries, para utilização em varandas e fachadas, por exemplo.

RECOMENDAÇÕES PARA PROJETO E EXECUÇÃO

Um ponto crítico quando o assunto é parede de drywall é o local de instalação. A vida útil do material aumenta quando ele é mantido afastado do contato direto com água, principalmente se a placa especificada não tiver sido desenvolvida para tolerar umidade.

“De pouco adianta comprar produtos de qualidade e certificados, se o processo de montagem não for realizado da maneira correta, seguindo as exigências da norma ABNT 15.758 -1: Sistemas construtivos em chapa de gesso para drywall – Projetos e procedimentos executivos de montagem”, enfatiza Tamara Serrano, arquiteta consultora do grupo Saint-Gobain.

Em áreas expostas à umidade, não se pode prescindir de uma boa impermeabilização. Para a base das paredes, recomenda-se a aplicação de um sistema flexível, subindo a uma altura de pelo menos 20 cm acima do piso, de acordo com o projeto de impermeabilização. Já nas regiões em contato direto com a água, como no boxe dos banheiros, é importante a utilização de revestimentos que proporcionem impermeabilização e resistência mecânica à superfície.

CUIDADOS COM A MANUTENÇÃO

A durabilidade das paredes de drywall têm relação direta com a realização de ações de manutenção, sejam elas de caráter preventivo ou corretivo. “As manutenções corretivas devem acontecer assim que algum problema se manifestar, para impedir que pequenas falhas progridam para extensas patologias”, alerta Castro. Ele enfatiza a necessidade de as intervenções serem realizadas em estrita obediência ao manual de operação, uso e manutenção do empreendimento. Esse documento deve mencionar o prazo de substituição dos componentes e as intervenções periódicas necessárias nos itens que apresentem vida útil de projeto inferior às estabelecidas para o sistema de vedação vertical.

 

 

 

Fonte: https://www.aecweb.com.br/